Em um país onde o povo, com cara de quem viu melhores dias, luta para fazer o arroz e feijão durarem mais do que a última eleição, o governo segue firme em sua estratégia infalível: dar bananas! Literalmente. Enquanto o povo se aperta com o preço da gasolina e a conta de luz chega com mais zeros do que os memes que circulam nas redes sociais, os governantes, astutos como o mais sábio dos macacos, sabem que a chave para a felicidade do povo não está em soluções concretas, mas em festas grandiosas, carnavais intermináveis e, claro, discursos de grandes promessas que nunca saem do papel.
A verdade é simples: o Reino das Bananas está em crise. Mas quem precisa de soluções quando se tem um bom desfile de escolas de samba, ou uma queima de fogos que faz até o povo esquecer que está na fila do SUS? A estratégia é clara, e a cada esquina se percebe a tentativa descarada de usar a diversão como anestesia para os problemas reais. Enquanto o povo reclama da falta de alimentos, o governo distribui bananas. Não bananas de verdade, claro, mas aquelas que vão em pacotes de papel colorido, acompanhadas de discursos cheios de palavras bonitas e promessas grandiosas de que tudo vai melhorar — só não se sabe bem quando.
A principal arte política no Reino das Bananas não é exatamente governar, mas fazer o povo acreditar que está sendo governado com sabedoria e zelo. E como fazem isso? Com os "grandes eventos nacionais"! Não importa se as escolas estão fechadas, se os hospitais estão em colapso, ou se a inflação está fazendo o povo vender até a alma por um pedaço de pão. O importante é que os governantes sempre têm algo na manga: um carnaval aqui, uma festa do povo ali, e um cortejo de discursos inflamados, que mais parecem trilhas sonoras de filmes de aventura, onde o vilão nunca vence, e o herói está sempre prestes a salvar o dia... no próximo mandato.
Porém, a verdadeira obra-prima dessas gestões é a administração da fome — não a fome de comida, claro, mas a fome de esperança. E isso é alimentado com bananas! Elas são distribuídas em todas as festas, eventos e até mesmo em anúncios publicitários. E se alguém se atrever a questionar a falta de ação concreta? Ah, um belo sorriso e uma "mesquinha" promessa de melhoria para os próximos quatro anos.
Enquanto isso, a maioria dos governantes se esbalda nas suas festas luxuosas, com banquetes de camarões e vinhos importados, com um olho no povo e outro nas câmeras de TV. As reformas necessárias? São adiantadas por uma música animada, uma dança envolvente e, claro, mais uma boa dose de "bananas" na forma de promessas e discursos vazios. Também colocam Deus no meio dessa confusão, que "se Deus quiser", a esperança vai voltar, amparados no discurso do "tenha fé em Deus", como se Deus fosse o responsável pelos desmandos cometidos, ou das promessas não cumpridas, "porque Deus assim quis".
E o povo, esse povo que sofre nas filas dos hospitais e nas ruas esburacadas, assiste de longe. Eles sabem que a banana vai acabar. Eles sabem que o carnaval vai passar. E eles sabem, no fundo, que o que está faltando no prato não é só comida, mas o sustento de uma vida digna. Mas, por enquanto, não se pode reclamar demais. Afinal, ainda há festas, desfiles e aquele doce sorriso do governante dizendo: "Eu cuido de vocês, meu povo, só me deem mais quatro anos e vamos construir o paraíso".
Assim, o Reino das Bananas segue, com seu povo sedento de mudança e seus governantes embalados na ilusão de que, com algumas bananas, podem esconder a fome de um país inteiro.
Comments