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O nosso entorno - editorial

Atualizado: 31 de out. de 2023

O entorno do local onde habitamos é responsabilidade de todos.

Cunha, redescoberta, é considerada pela mídia atualmente como destino mais acolhedor dos turistas no estado de São Paulo.

O site Booking.com divulgou os vencedores da edição 2022 da Traveller Review Awards, premiação anual que se baseia em mais de 232 milhões de avaliações verificadas de viajantes reais e reconhece os destinos e prestadores de serviços de viagens mais acolhedores do mundo.

Em quesito de hospitalidade, Cunha ficou em primeiro lugar entre os destinos paulistas, seguida de Boiçucanga e São Bento do Sapucaí. Além de linda, simples e charmosa, a praticamente vizinha Cunha é agora, oficialmente, a mais acolhedora do estado. Parabéns a todos os cunhenses, pela conquista e reconhecimento! (Fonte: Portal de Notícias O Lorenense)


É preciso fazer valer tal reconhecimento!

Não são raras às vezes que podemos presenciar pessoas cuidando dos seus estabelecimentos; seja uma casa ou um tipo de atividade comercial qualquer. Na prática, em quase 100% do território nacional, a maioria cuida do interior de suas posses, isto é, do muro ou da porta para dentro. A desculpa de que cuidar de uma área pública é obrigação apenas do poder público é narrativa sem fundamento. Todos temos a obrigação de zelar e cuidar do espaço da cidade comum aos habitantes. Muita gente confunde a palavra público como sendo algo sem dono; errado! Todos somos donos, e se o somos, é nossa responsabilidade cuidar; e cuidar bem não apenas das áreas próximas da nossa casa ou nosso comércio, ou outras áreas mais distantes.
O exercício da cidadania começa quando cuidamos das dependências da nossa própria casa, da nossa fachada, ou de qualquer outro lugar onde estejamos morando, ou explorando um espaço comercial. “Para que cuidar se moro numa periferia, ou numa casinha simples?”, ou aquela mansão que só limpa seus vidros, a piscina, corta a grama verdinha, mas, a poucos metros do terreno onde situa esta casa maravilhosa, o caminho que dá acesso é de puro descuido.
“Como vou cuidar de um local onde a prefeitura ou o estado tem a obrigação de dar manutenção e manter digno da população que utilizará?” Cobremos de quem é o responsável mediante ações coletivas, mas, enquanto as ações não caminhem como o desejado, ou cuidamos nós, ou o nosso entorno se degrada. Realmente não é fácil para a maioria da população cujo orçamento familiar mal dá para as despesas triviais. Também não é certo culpar a baixa condição econômica de um bairro, de um indivíduo que faz com que o lugar não possa ter boa aparência. Vejamos nas figuras baixo qual a casa está feia ou mal cuidada.




Um ranchinho a pau-a-pique, coberto de sapé, é tão atrativo ou até mais do que uma casa construída seguindo os padrões de arquitetura moderna. Seguramente posso dizer que existem turistas que escolheriam a experiência de se hospedarem em um ranchinho aconchegante. Não é simples conjectura, é fato — existem pessoas das áreas rurais no Brasil, e até empreendimentos hoteleiros, que descobriram este nicho de renda. Receber turistas nas casinhas de roça bem cuidadas fascinam as pessoas que gostam de viver o clima bucólico; acordar com o galo cantando, beber café coado no pano, quentinho à beira do fogão de barro, saborear um franguinho caipira ou se deliciar com bolo de fubá bem fofinho. Enfim, vale a experiência para quem se hospeda e melhor ainda para quem é o anfitrião.
O cuidado com o interior e com nosso entorno é fundamental para a formação de opinião positiva pelo visitante. A cidade tem que ser de aspecto geral interessante e o nosso entorno é a moldura de onde habitamos ou oferecemos pouso.
A simplicidade e o sofisticado estão em uma circunferência de qualidade e atração, Em determinado ponto se encontram.
O entorno de um bairro, ao longo de uma rua, uma rodovia faz parte do conjunto harmônico de qualquer lugar. A impressão do turista ao ter acesso às facilidades reservadas e contratadas previamente, como pousadas, chalés, restaurantes, locais de eventos, será o fator maior para formação de opinião sobre a cidade. A sua casa, o seu bairro, a sua cidade são espelhos com reflexos do cidadão que nela habita.
Há um ditado bem popular “a educação vem do berço”. Sim, entretanto, o berço onde a criança nasceu precisa de apoio para que este ditado se faça valer. Mas, o berço pode ser ajudado pelos programas do governo, se bem aplicados vão formar o cidadão consciente desde cedo. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo criou o programa Turismo na Escola, com material elaborado e disponível para a rede estadual; nada impede que seja aplicado na rede municipal de ensino. Cunha, naturalmente turística, até pelo belo nome divulgado, “Estância Climática de Cunha”, pode se beneficiar se aplicar com empenho, prioridade e continuidade, transformando este documento em realidade. A educação fundamental é o nicho ideal para transformar o nosso entorno em uma ferramenta de marketing ao ar livre.
A boa impressão forma opiniões positivas e traz retorno para uma cidade e seus habitantes.
Baixar AQUI o programa Turismo na Escola

Cidades implantaram turismo na escola

Segundo a publicação da Universidade do Vale do Itajaí sobre turismo e educação no ensino fundamental.

Aulas práticas envolvendo os alunos no ensino sobre turismo(Foto: Marcos Moura)

O estudo defende saídas via a educação para melhor entender o turismo no uso de territórios; uso este que passa, necessariamente, pela gestão. Apresenta sete partes da gestão, dentre estas, ajuíza sobre planejamento turístico, reflete sobre território turístico, perceberá estratégias de aprendizagem para, desde cedo, o educando compreender o turismo no uso de territórios, tendo em vista o entendimento do pertencimento deste sujeito ao lugar dito turístico. Apresenta pesquisa com abordagem qualitativa, evidenciando material de apoio pedagógico institucional, recursos didáticos, sobre turismo nos anos iniciais do ensino fundamental.

Baixe aqui o documento elaborado pela universidade

O documento finaliza com considerações que merecem ser publicadas aqui, são de muito interesse público e se aplicam em qualquer região geográfica:

O Programa Turismo na Escola, promovido pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria de Turismo em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, visa apresentar equipamentos turísticos aos estudantes, dando a oportunidade de conhecerem “in loco” a história e cultura da cidade.


Os problemas mundiais socioeconômico-cultural e ambiental agem sobre os processos locais que retroagem por sua vez sobre os processos mundiais. Responder a este desafio, contextualizando-o em escala mundial, quer dizer, globalizando-o, tornou-se algo essencial, apesar de sua extrema dificuldade.
Todos os elementos naturais e culturais estão ligados reciprocamente, sendo impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, conhecer o todo sem conhecer as partes e a relação entre elas. Tal perspectiva também se percebe entre os elementos que compõem a gestão e entre as disciplinas escolares da matriz curricular dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Quanto mais se têm conhecimentos especializados e limitados, mais se têm ideias globais absolutamente esdrúxulas sobre a política, o amor ou a vida. Portanto, no planejamento do lugar, do território utilizado pelo turismo não é diferente.
Uma comunidade local, entendida na totalidade, também se encontra presente no interior de cada ser humano, pois todos são portadores de uma linguagem e de uma cultura. Essa é uma visão que rompe com os antigos esquemas simplificantes e deve estar presente em toda empreitada que possa macular um todo ou partes de um todo de uma comunidade que arde de necessidade para ter um território descrito e organizado com base nos problemas que realmente interessam os atores do lugar, ao lugar dito, ou determinado a ser, turístico.
No turismo, tais esquemas simplificantes apresentam o fenômeno como uma bandeira de salvação econômica, que se instala em um lugar como uma alternativa globalizante, estúpida, que se opõe aos conhecimentos particulares, locais, e pelo fato de não haver ligações entre o global e o local a empreitada torna-se oca, vaga, discrepante; impossibilitando, assim, um esperado ordenamento do território, das paisagens e dos lugares múltiplos, sendo estes turísticos.
Despossuído de um pensamento argumentativo, tanto quanto qualquer outro cidadão, o indivíduo do lugar turístico defronta-se com um conhecimento posto pela força de quem detém o poder econômico e, dessa forma, torna-se vulnerável frente às escolhas que terá que fazer em relação à sua vida pessoal e profissional. O que resta é a ignorância e a cegueira.
Há a urgência de uma tomada de consciência política da necessidade de trabalhar em prol de uma produção democrática do saber. Nesse sentido, não há espaço e tempo mais propício do que a escola que, por meio de diálogos entre conhecimento científico, conhecimento escolar e saberes cotidianos, se possa fomentar a participação dos atores envolvidos, libertando-os das amarras sociais.
O desconhecimento do lugar e de suas diferentes modalidades atrativas, aliado ao não entendimento de como o turismo, como estudo, é importante para os seres humanos que são deste lugar e que visitam o lugar que é turístico pode levar a prejuízos como a dificuldade de formação de uma identidade com uma marca própria e o desinteresse, logo cedo, em tenra idade, do que se pode aprender e viver no lugar de origem ou no lugar onde vive, desenvolvendo o sentimento de pertencimento.
Não há desenvolvimento sem inclusão e não se tem inclusão sem a educação; a educação básica prioritariamente. Livrar-se de ideias que se transformam em ações devastadoras em nossos lugares turísticos é o desafio posto. Ensinar e aprender um turismo de inclusão, solidário, comunitário, humano é um dos caminhos.









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